O BAILE DAS CORUJAS
Nos quintos da brenha
Infestada de lenha
Onde o pica-pau batuca
Faziam um baile as corujas
. . .
No galho do murucucu
A pitoca jucurutu
Esticava a cuíca
No zumbido da mutuca
. . .
Revoando pelo cazuré
Um matizado caburé
Bailava com um mocho
Cor de cobre e fofucho
. . .
Empoleirado num toco de pau
Encorujado o urutau
Encarava o bacurau
Voar em volta do jirau
. . .
Um bando de curiangos
Esvoaçavam as plumas num fandango
Enquanto os vagalumes
Fagulhavam seus costumes
. . .
E nas forquilhas do caju
Assoviava o uirapuru
Até que a lua foi a pico
E virou só num risco
. . .
Para alívio dos sapos no banhado
Que passaram a noite em claro
De olhos esbugalhados
Mirando o baile assombrado
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .