A BRUXA RELÂMPAGO
Voando em zigue zague
Ia uma bruxa na tempestade
Cavalgando num camboim
Descarregando relâmpago sem fim
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As gadeias espaventadas
Como espagueti estaqueadas
Largava pingos de fogo
Ribombando estrondo
Pelo céu nebuloso
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Urrava o trovão
Feito tosse de dragão
A bruxa rastilhava um risco
Com as faíscas do corisco
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Transpassou o arco-íris como um raio
Atravessando de cabo a rabo
Misturando as nuvens com o bastão
Feito espumas de sabão
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E ia largando brasa
Na bengala alada
De longe fulgurava
Como ouro irradiava
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E se foi num triz
Luzindo um blitz
E o céu caíu em pranto
Obra da bruxa do relâmpago
E choveu aos cântaros
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Esse conto conta o sapo do pântano
Metido a pai de santo.
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