Casa de avó

No chão de terra batida

bem no meio do sertão

A casa de taipa abriga

um pequeno e grande coração.

O amor entre as miudezas da cozinha

No pé do fogão à lenha

a comida feita pela avó

na panela de barro fumega.

Café moendo no pilão

No quintal, onde se avista o mundo

A menina brinca com patos,

galinhas, guinés

Casa de avó

bem no meio de sertão

é alegria

Que vida boa que é!

A avó prepara a comida a cantar

A chaleira assobia com ela

belas canções de ninar.

E enquanto a menina

dorme tranquila,

A avó prepara colcha de retalhos,

borda à mão o amor pela neta querida

Em fios de toda cor

sob a luz da lamparina.

E benze com mato e fé

Guardando a alma da menina.

Vida vivida no sertão

numa casa de taipa

a simplicidade se vê.

Aos montes o amor aquecendo

Fagulhando feito a lenha

a queimar e a aquecer o pé.

Casa de avó

é maior que o mundo

É rico tesouro a perfumar

com carinho e emoção

Casa de avó... é coração.

Paula Belmino