LICOR DE FLOR
Eis que um dia
A borboleta colhia
pó amarelo
no sino do marmelo
nem suspeitava
que abrigava
tal horror
a doce flor
*
O ardido arpão
lhe fez um rasgão
na renda da asa
certeira flechada
da fada malvada
de cores listrada
*
Daquelas que zumbe
zoa e zune
apesar de cruel
é produtora de mel
*
esquecendo o agror
da lambuseira de cor
sem amargor
as duas por flor
tem muito amor
mais que beija-flor
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