ANOITECE
Nadir A. D'Onofrio

Assim que noite descerra seu manto,
Sinto medo, frio, solidão...
Recolho-me, no vazio dos meus aposentos,
E para aumentar o sofrimento,
O canto agourento da coruja,
Que em meu quintal, resolveu se aninhar...
Tento rapidamente adormecer,
Quiçá eu possa sonhar com você,
E fazer a alegria, em meu ser de novo morar...
Assim que o dia amanhece
Elevo a Deus minha prece.
Respiro fundo abro os braços,
Como querendo abraçar o sol!
Corro pelo gramado, ainda molhado do sereno,
Pés descalços sentindo a, energia fluir do chão...
Uma alegria invade meu ser,
Ao ver as flores do meu jardim!
Lembro-me, que as plantei juntamente com você.
Nesse exato momento,
As recordações de um passado feliz
Obrigam-me a raciocinar...
Se hoje sinto solidão é pela lacuna, que você
Sem querer deixou abrigada em meu coração...

06/04/2005
Santos/SP