Rio-Meu Rio!

Meu rio não era perene
Era um singelo riacho-rio
Forte e largo no inverno
Seco e verde no verão
Ficava apenas com poças
Pra enfeitar nossa infância

Lá nesse riacho-rio
Toda criança brincava
E nas suas areias frias
Aos sons de suas melodias
A nossa infância passava

Nos tempos de farto inverno
Esse rio custava secar
E pra nossa felicidade
Era tão bom ir lá brincar
E em suas águas nadar

Todo dia bem cedinho
O meu rio se preparava
Enfeitando as suas margens
Com o verde dos capins
E mil flores a bailarem
Orgulhoso pra receber
O povo desse lugar

Um dia esse lindo cenário
Desapareceu dali
Uma represa lá fizeram
Pra suas águas barrar
E a nossa infância chorou
Ao ver seu Rio afogado...
***
Maria de Fátima Alves de Carvalho - Poetisa da Caatinga
Natal -  janeiro - 2008 
Texto publicado no meu livro "Florescer da Alma".
Foto de Emanoel Milhomens
 
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 01/07/2008
Reeditado em 17/08/2020
Código do texto: T1060838
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