"A Inha e a Rosa , e Êle"
Já se passou tanto tempo,
desde a infância de Inha.
Sua linda adolescência,
onde tudo era pureza.
Grande amor do passado rompido,
só lhe restando a tristeza.
Seu cabelo hoje branquinho,
lembra flocos de algodão.
Seu ar de menina linda,
perdeu-se na solidão.
Sua amiga e confidente
a inseparável Rosa,
Vem hoje ditando as regras.
Oras em verso, outras em prosa.
De Inha moça, de linda formosura,
sobrou a esperança que reside no olhar.
Olhos tristes, porém brilhantes,
Feito um par de diamantes.
Dia desses, Oh Meu Deus!
Dei-me de topo com ela.
Ao passar pela calçada,
pude vê-la à janela.
Cumprimentou-me sorrindo,
embora seus olhos chorassem.
Fica sempre a espera "dele".
Quem sabe se um dia voltasse!
Aquele amor tão purinho
que a levou ao esplendor,
Na descoberta da vida
na descoberta do amor.
hoje fê-la escrava do tempo.
Plagiando e adaptando Taigura:
"Olho a Rosa na janela
sonho um sonho pequenino,
se eu pudesse ser menino,
eu roubava essa Rosa..."
Mas quem saberá da Rosa?
Às vezes me pego pensando:
Não teria sido nossa Inha,
tráida pela própria Rosa?
Que talvez por puro ciúme,
cravou-lhe um espinho no peito?
E agora toda viçosa,
fica a olhar para Inha
e Inha a olhar para ela.
Uma com pena da outra
e a outra com medo dela?
Divagações vão à parte.
O que se sabe de fato
é que Inha e a Rosa
eram amiga e íntimas.
Alguém pode até duvidar
Mas sei que não foram poucas,
quantas vezes ?? Muitas, muitas...
chegaram ao delírio juntas!
Quem sabe um dia a resposta encontro?
Hoje dou o assunto por encerrado.
Que aconteceu nesta história,
Para este amor ter findado?
Eliana Braga
19/09/05
Cps/SP
Poema escrito em resposta ao Conto: "A Inha e a Rosa", escrito pelo Poeta e amado amigo Evaldo da Veiga.