O Mendigo.

Este homem que hoje passa por mim,

Maltrapilho, ébrio e sem carinho,

Já dormiu em lençóis caros, de cetim...

Já fez de castelos, o seu ninho!

Foi altivo, arrogante e insensível!

Esmagava sem dó, com o seu poder,

Amores sinceros, verdadeiros e sensíveis...

E seguia pela vida, sem mesmo perceber!

Massacrou o meu amor adolescente...

Com o seu cinismo envolvente,

Destruiu a minha fé na humanidade.

Hoje, volta...

Alquebrado, sozinho e sem calor,

Fazendo renascer o antigo amor...

Tatuado com a marca da maldade!

Nilda Dias Tavares.