Marcas

Do que fomos, do que tivemos

Foi o que restou de tantos torpes momentos

Minhas cicatrizes, em tão grossos filamentos

Hoje, impedem-me os movimentos

Foi fogo apagado antes da chama extinguir-se

Foi frio aplacado antes do despir-se

Foi pranto rolado antes do sorrir-se

Foi morte em vida. Viste?

As imagens passam como flashes

São tantos sentimentos misturados

Todos tão intensos e extenuados

São o mal e o bem lado a lado

O teu Deus tão pomposamente proclamado

Deve ser teu ideal, pois não o vejo contigo

Não tens compaixão por quem está a teu lado

Semeias a dor - é amor? - a cada passo teu, dado

Cada vez que te vejo preciso perguntar

Quem está aí? Pois não sei qual de tuas faces estará

Se trazes pétalas de rosas ou uma arma a descarregar

Finjo não me importar e tu... nem aí

Ouvi de ti que sei mais do que devo

Será por isso que mereço castigo?

Só tenho pra dizer que quando te vejo

Eu geralmente não gosto do que sinto

Faríamos o amor mais bonito em rosas e versos

Se tu não fosses a farsa do amor, tão letal, cruel, desonesto e perverso

09.11.08

Ana Átman
Enviado por Ana Átman em 10/01/2009
Código do texto: T1378205
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