PRIMEIRA VEZ

Naquela tarde a ansiedade me fez cativa.

Todos os sentidos se confundiram

A emoção me cobriu dos pés a cabeça

Como um rubro e brilhante véu.

O coração disparado como cavalo veloz

Num campo liberto de sua cela.

Minhas mãos nem sabiam o que tocar

Perderam o tato estavam trêmulas

Porém paralisadas diante de tudo aquilo

A boca como deserto com sol a pino

Pedia por uma gota de seu beijo

Que por motivo alheio a nossa vontade

Não deixou que eu viesse a desfrutar

Assim você longe no anonimato

Fez-se presença criança em meu peito

Qual criança também eu me tornei.

Aos olhos lagrimas em cascatas

Procuravam enxergá-lo em tudo

Cada detalhe, sabor e perfume

Era você inteiro em cada carinho

Um sorriso radiante com as lágrimas

Misturavam-se, e tomavam conta de mim

Parecia loucura, sonho nem sei ao certo

Senti-me longe do chão perto demais

Do que chamam paraíso, levitei.

Queria tê-lo feito em seus braços

Fui a sua busca, mas só sua voz encontrei

Provei de todas as emoções de uma só vez.

Ainda hoje, ao lembrar minha alma se eleva

Choro com sorriso mais lindo que me causou

Perco-me em suspiros querendo tudo de novo

Sonho acordada todos os dias com aquela tarde

E sei que não só minha, mas foi também a sua

Primeira vez...

Flor de Laranjeira
Enviado por Flor de Laranjeira em 22/01/2009
Reeditado em 19/12/2009
Código do texto: T1398600
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.