UM PÉ DE FLAMBOYANT
Dei-te colo... Chão fértil... Um solo.
Vi-te lentamente crescer... Florescer
E entre lamentos e regozijos
Teu tronco eu vi enrijecer.
Puxaram-te de um lado para o outro
Quebraram-te os braços... Torturaram-te!
... Sangrei junto contigo plantinha... Tão linda...
E ao ver-te ferida, foi dor sofrida para quem defende a vida.
... Tua beleza invadiu meus olhos
E me encantou sem nada exigir de mim...
Alegras-te meus desencantos... Descobri no teu fino tronco
A alegria oculta atrás da "genialidade do simples"
...Pousei em teu silêncio, minha fé cansada na luta desenfreada
Para ter uma vida plantada,
Mas o homem sem coração, num gesto de pura insanidade
Levou-te para um pedaço de chão onde a terra não respirava...
Secas-te!... Pouco a pouco partias e de longe te via e meu coração ardia... Contigo eu também morria... Mas ficas-te em mim, num lugar
Que nunca haverás de morrer: Nas doces lembranças da tua existência
Curta, porém intensa.
Amo-te! Meu FLAMBOYANT...