Lá se vai o TREM

Lá se vai o TREM

Ouve-se ao longe um apito,

É da Maria fumaça,

E todo mundo se abraça.

Mas “ alguém” soltou um grito...

Foi bem no meio da praça,

Ninguém achou muita graça.

Vai parando devagar

A velha locomotiva.

E a despedida emotiva

Aos que já vão embarcar.

Alguém dá uma missiva

Com uma cara apreensiva.

Vão descendo os que chegaram

E retirando a bagagem,

Após uma longa viagem.

Vão sentando os que embarcaram,

Dizendo muita bobagem

Pra quem não segue viagem.

Com seus lenços dão abanos,

Segue a máquina nos trilhos,

Alguns enxugam os cílios.

Vão demorar muitos anos,

Sem poder ver os seus filhos.

E o trem se vai entre os milhos...

Ponho a cabeça pra fora,

Quando estamos numa curva,

Mas minha vista se turva

Justamente nessa hora.

Limpo meu olho com a luva

E bebo um bom suco de uva.

O trem vai subindo a Serra,

E o frio vai se insinuando.

Estamos quase chegando.

Olho a beleza da Terra,

A paisagem apreciando

Por onde vamos passando.

Novamente o mesmo apito

Do velho trem pra avisar,

Que na gare vai entrar.

Ouve-se outra vez o grito

De um papagaio a mostrar

Que odeia o trem apitar.

Saem rolos de fumaça

Da chaminé. De fuligem

As nossas caras se tingem,

Toda vidraça se embaça.

As rodas nos trilhos ringem,

E as fagulhas nos atingem.

Já chegamos finalmente,

É grande a nossa euforia,

Estamos no fim do dia...

Descem apressadamente

Tudo que no trem havia.

E o “louro” ri de alegria!...

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 22/04/2009
Reeditado em 30/08/2010
Código do texto: T1553501
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