BEM-TE-VI

Pássaro irreverente, um tanto atrevido,

Não sabe cantar por não ter suas graças,

Implacavel presença para sinais de alerta,

Que soam implacáveis no silêncio das matas,

E todos que ouvem buscam refúgios seguros,

Do predador perverso em busca de presas.

Suas plumagens são tão desfiguradas,

Que não despertam nem graciosidades,

Existentes na natureza com cores sublimes,

Como outros pássaros que cantam suaves,

Seus deleites que encantam os que ouvem,

E se extasiam diante de suas magnitudes.

Bem-te-vi sem pausas para o justo descanso,

Solerte vigilante para os incautos que dormem,

Presas fáceis para os animais predadores,

Que dilaceram seus corpos e matar suas fomes,

E se salvam ao ouvirem o canto estridente,

Da ave pequena que muitas vezes ignoram.

Presença oculta com disfarces que nem notam,

Se esconde até nos galhos que não tem vida,

Exauridos pelas seivas que se esgotaram,

Da árvore velha que cumpriu sua existência,

E um dia tomba pelas raízes carcomidas,

Pois a natureza dita normas que não entendemos.

Pássaro que marcou presença em minha existência,

Ao tentar burlar sua constante vigilância,

Com o estilingue certeiro buscando presenças,

Que poderiam sucumbir se fossem atingidas,

Mas o bem-te-vi avisava num grito estridente,

E hoje dou graças por não tê-las atingido.

12-09-2009