Quando eu te sonhava...

Eram azuis as tardes

e as noites tinham algo do esplendor

lunático dos poetas,

as manhãs raiavam luminosas,

e os dias brilhantes luziam teu rosto,

entre todos que passavam.

As falas eram melodias,

os versos em susurrros

viravam beijos... imaginados...

sófregos, na ardente paixão

sonhada.

Quando era um sonho:

o teu abraço,

o teu corpo abrigo,

o teu olhar molhado de mar,

vidrado em foco,

meu espelho no tempo

e no espaço,

sem horas, sem rastros, sem rumos.

Era assim...

quando eu te sonhava.

Eu te sonhava e...

eras tênue,

como a brisa na preamar.

Simples, fácil,

como o mergulho das gaivotas.

Como o horizonte:

eras belo e intocável...

perto e inatingível.

Certo e impreciso, como a vida.

Existias em mim, pleno,

completo, total.

Eras sonho...

sonhado, palpável, tocante.

e no meu sonho

eras meu!

Dete Acioli
Enviado por Dete Acioli em 19/10/2009
Reeditado em 20/10/2009
Código do texto: T1875648
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.