Ela e a solidão
Depois de tantos passos incertos,
chegou à janela - escancarada para o portão.
A entrada trazia vasos coloridos
e mínimas rosinhas brancas.
O aroma no ar era inconfundível.
Então, ela ousou espreitar a rua
e procurar o sonolento sol,
escondido entre as nuvens cinzas.
Lentamente, ela se movimentava, com certo medo,
vontade de poder correr novamente pela viela...
Como seria agora nas tardes frias de junho?
O cheiro de chá ficara na memória.
O rosto no retrato esquecido fugia
algumas vezes da imaginação.
Agora eram apenas ela e a solidão.
São Paulo, 3 de maio de 2010.