Ela e a solidão

Depois de tantos passos incertos,

chegou à janela - escancarada para o portão.

A entrada trazia vasos coloridos

e mínimas rosinhas brancas.

O aroma no ar era inconfundível.

Então, ela ousou espreitar a rua

e procurar o sonolento sol,

escondido entre as nuvens cinzas.

Lentamente, ela se movimentava, com certo medo,

vontade de poder correr novamente pela viela...

Como seria agora nas tardes frias de junho?

O cheiro de chá ficara na memória.

O rosto no retrato esquecido fugia

algumas vezes da imaginação.

Agora eram apenas ela e a solidão.

São Paulo, 3 de maio de 2010.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 03/05/2010
Código do texto: T2234569
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