Meu sabiá

Ai, meu sabiá cantava

Nas tardes de solidão

No pé de laranja lima

Despejava uma canção.

Cantava meu sabiá

Livre, solto, como o vento

Sem se importar com o tempo

Ou meus sonhos de menino

Embevecido escutava

Meu homem adormecido

Tão pouco tempo vivido

Dentro do meu próprio eu.

Meu sabiá foi embora

Nunca mais ouvi seu canto

Meu menino como encanto

Também só, me abandonou.

Foi assim sem que eu soubesse

Prenderam meu sabiá

O homem em mim também soube

Prender o menino por lá

Já não há canção alegre

No bico do sabiá

Não há audível sentido

Do menino a escutar

Olympio Ramos
Enviado por Olympio Ramos em 21/09/2010
Reeditado em 12/04/2012
Código do texto: T2511405
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