SENTADO NA CADEIRA
Sentado na cadeira eu vejo a meia porta aberta as arvores da praça
Verdes e graciosas a balançar com o vento
Ouço vozes de pessoas, que conversam alegremente
As gotas d'água a derramar do vaso me perturbam
Será que "Nó Cego" estarás a escrever neste momento em Itabuna?
Impossível saber agora
As formigas andam desordenadamente sobre à mesa atraindo a minha visão
Os besouros que outrora pulavam na luz a me chatear, agora estão mortos, dilacerados pelo sol forte da tarde, que não deu para aguentar
Sentado na cadeira percebo que a inspiração desta noite terminou, e assim como às arvores param de balançar, às vozes param de soar e as formigas de caminhar... eu paro de escrever.
L.M.J.
12/10/1998