Desabafo

Surgistes de repente

Como um vento sem causa

Quando dei por ver

Roubaste-me a alma

Não posso contestar

Nem menos tentar entender

Apenas lhe digo

Me entrego a Você

Você me atiça

Me despe, me acalma

Não é mais um roubo

Lhe dou minha alma

Minha alma não pura

Cheia de mágoa

Vivências guardadas

Manchas de um passado

Gostoso e oculto

Sofrido esquecido

Manchas de sangue

Misturas de um gozo

Bruto e amargo

Sem significado

Passado marcado

Entrego-lhe então

Com a toda a inocência

Aberta a novas vivências

Que cubram aquelas

Que o tempo não apaga

Apenas desgasta e enche de massa

O falso reboco, esboço do esforço

Que um dia foi tudo que tinha

Em mente, triste e doente

Agora contente por ter uma chance

Talvez apenas por um instante

De encher-me de amor depois de tanta dor

Minha Alma agora completa

03/05/2002

BMS
Enviado por BMS em 21/10/2006
Código do texto: T269941