Desabafo
Surgistes de repente
Como um vento sem causa
Quando dei por ver
Roubaste-me a alma
Não posso contestar
Nem menos tentar entender
Apenas lhe digo
Me entrego a Você
Você me atiça
Me despe, me acalma
Não é mais um roubo
Lhe dou minha alma
Minha alma não pura
Cheia de mágoa
Vivências guardadas
Manchas de um passado
Gostoso e oculto
Sofrido esquecido
Manchas de sangue
Misturas de um gozo
Bruto e amargo
Sem significado
Passado marcado
Entrego-lhe então
Com a toda a inocência
Aberta a novas vivências
Que cubram aquelas
Que o tempo não apaga
Apenas desgasta e enche de massa
O falso reboco, esboço do esforço
Que um dia foi tudo que tinha
Em mente, triste e doente
Agora contente por ter uma chance
Talvez apenas por um instante
De encher-me de amor depois de tanta dor
Minha Alma agora completa
03/05/2002