MOÇA

Ela estava sentada numa cadeira defronte a minha.

Suas pernas morenas descansavam um pouco até sua hora chegar.

Ela estava ali.

Levantei os olhos e vi suas lindas coxas cor de índia do Brasil.

Olhei seus olhos eram verdes acastanhados;

Seus cabelos pretos caíam suavemente sobre os ombros.

Um dia senti coisa parecida.

Nem um pouco diferente.

O coração não conseguia se aquietar.

Foi há tempos atrás, na beira do rio.

Uma paixão sem escombros.

Nem caminhos embaraçados.

Só beleza, só natureza.

A morena se mexe o tempo inteiro.

Fico faceiro;

Ouso um olhar.

Nas retinas nos encontramos no mundo.

Ela sorri, há um tom de luar.

E o homem se renova a cada evidência de afeto.

Será?

A linda jovem abre a boca e sussurra algo.

Finjo escutar e não entender.

Ela repete.

Bebo cada gota desse líquido precioso.

Repondo suas perguntas com coração moleque.

Fico à sua sombra até ser abraçado por seu carinho.

Meu despertador toca.

É hora de trabalhar.

E eu fui.

Mas a levei comigo.

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 08/01/2011
Reeditado em 18/01/2018
Código do texto: T2717402
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