MOÇA
Ela estava sentada numa cadeira defronte a minha.
Suas pernas morenas descansavam um pouco até sua hora chegar.
Ela estava ali.
Levantei os olhos e vi suas lindas coxas cor de índia do Brasil.
Olhei seus olhos eram verdes acastanhados;
Seus cabelos pretos caíam suavemente sobre os ombros.
Um dia senti coisa parecida.
Nem um pouco diferente.
O coração não conseguia se aquietar.
Foi há tempos atrás, na beira do rio.
Uma paixão sem escombros.
Nem caminhos embaraçados.
Só beleza, só natureza.
A morena se mexe o tempo inteiro.
Fico faceiro;
Ouso um olhar.
Nas retinas nos encontramos no mundo.
Ela sorri, há um tom de luar.
E o homem se renova a cada evidência de afeto.
Será?
A linda jovem abre a boca e sussurra algo.
Finjo escutar e não entender.
Ela repete.
Bebo cada gota desse líquido precioso.
Repondo suas perguntas com coração moleque.
Fico à sua sombra até ser abraçado por seu carinho.
Meu despertador toca.
É hora de trabalhar.
E eu fui.
Mas a levei comigo.