LARGO DA PALMA
Tarde de sábado...
O silêncio mistura-se ao passado
Que ainda vive na simplicidade dos casarios
A mais pura e doce harmonia...
A preguiça das ladeiras ...
O acanhamento das calçadas...
Tudo são marcas de outrora...
Por essas ladeiras negros subiram e desceram como burros
/maltratados...
No vai-e-vem de sofrer e cansaço, pisando nestas pedras em pés
/descalços...
Brotaram calos e mais calos e sangue nós pés e alma...
Quanta injustiça!...
Observe em sua volta...
Observe com carinho...
De um lado, Roma ergue-se envergonhada...
D'outro, o Instituto de Letras caindo aos pedaços...
Entrega-se a velhice em desespero...
Além, lá no alto, lá em baixo, puteiros desmoronam-se em prantos...
É a antítese da vida...
Humanos abandonados...
Desamor...
Luxúria...
Encantos...
Desencantos...
Aqui, no barzinho da esquina...
Tudo se confunde...
Samba...
Cachaça...
Roma...
Bichas...
Lésbicas...
Capitalistas...
Senhoras...
E Putas...