O CANTO DA SAUDADE

O mar é deserto...

Distante, - bem longe...

Um homem pede socorro.

É um negro enloquecido,

que clama em desespero

os gemidos e dores congestionados pelo tempo...

O vento sopra brando e suavimente acariciando os coqueirais...

As ondas soluçam e choram com o entardecer que de longe vem

/chegando...

Tudo traduz o sorriso da saudade e da solidão.

Eu, imantizado pelos azuis que fazem-me pasmar,

confundo a sinceridade do céu com o olhar do infante...

E não decifro qual dos hálitos o mais puro - da criança ou do mar...

Sadai, quanta misticidade invade meu ser...

Quanto amor se esconde nas matas, nas caatingas, nas

restingas, nos mangues, nos rios, mares e oceanos...

E o mar me confunde - e quanto pequeno descubro que sou...

E quanto amante reconheço que eu seria...

- Difícil é amar os homens...

O céu e o mar são eternas crianças...

O sol - o ocaso que desmaia e morre - sempre morre noutros dias...

Quanta poesia!...

E eu perdido e esquecido pelo tempo - encontro-me ao

canto puro e orquestrado pela natureza,

E não resisto ao canto da saudade que valsa a solidão...

E como o crioulo pescador...

que perdido e esquecido pela vida

urra os quexumes e dor...

Naufragado em chão duro encontro-me perdido em meio aos

mistérios da Natureza

e Vida...

evangelista da silva
Enviado por evangelista da silva em 05/03/2011
Código do texto: T2829436