Azul e Branco

Azul e Branco

Um tempo todo de luz e janelas,

azul que esvai-se nas nuvens do quarto

que vejo enquanto me vejo deitado,

lençóis que esvaem- se e a memória esfarela.

Deveres todos por fim atrasados

pois certas coisas não morrem tão fácil,

pois cada traço que brilhe tão frágil

tem mil pilares d’Heróis encostados

E o vento todo de luz e janelas

são alvas aves que voltam pra casa,

do frio tempesto que a asa extravasa

são velhos restos de outras procelas.

E lembro d’olhos perdidos nos ares

olhando nuvens distantes do quarto,

gaivotas soltas num plácido e farto

um farto vôo que mescla-se aos mares.

No gosto todo de luz e janelas,

me lembro d’ almas de velas tamanhas,

destino este de grades estranhas,

com mil vitrines de luz paralela.

E vejo os barcos dos outros destinos,

que tive antes de tudo escolher

o ser distante que nunca vou ser

pois fiz escolhas já quando menino.

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