A PRAÇA
A PRAÇA
*Gilda Pinheiro de Campos*
Meu Deus...
Bateu uma saudade...
Voltei mais uma vez aquela praça...
Rapidamente, porque ela faz parte
do meu trajeto....
Tudo igual...como se o tempo
não houvesse passado...
Mas está passando...
Como sempre rápido e impiedoso...
Tenho uma péssima relação com o senhor tempo...
Lá estava o mesmo banco...
Ali o esperei várias vezes...
E ele chegava...sorridente e lindo...
Nos abraçavamos felizes...
Que papo gostoso...
Poucos mas intensos momentos...
Mas...um mal entendido o impede
de voltar a mesma praça...
Praça que voltei várias vezes sem ele...
O mesmo revoar dos pombos...
Pessoas apressadas...
Outras, talvez como eu, sentadas
nos bancos, como a recordar algo bom...
O mesmo bar, o mesmo garçom
meio mal humorado, parado
na porta observando o movimento...
Tudo igual...como se o tempo não tivesse passado..
Não consigo passar por ali sem sentir uma imensa saudade...
Sem que as lágrimas teimem em cair, mesmo eu fazendo
força para não dar vexame de chorar em público...
discretamente as enxugo e sorrio pra mim mesma...
Preciso tanto dele...do seu carinho e amor...
O mesmo banco....a mesma praça de boas
recordações...
Levanto e vou embora...
ele não quer voltar a praça e a culpa
não é minha...
Foram palavras mal escritas num desabafo desnecessário,
mas que naquele momento de desespero sairam...
Ainda espero...terei que passar outras vezes
pela nossa praça...
Ela me deu você, depois de ter tirado de mim meu
bem maior que era meu pai...
Essa praça faz parte da minha vida...
Só o banco é diferente...
Mas tem o dom de me fazer sofrer...