O mundo na sacola
Bebendo bebedeiras inenarráveis.
Arrastando o mundo na sacola,
estava eu de novo
na mesma praça da Cantareira
Carregava conhecimento
ou conhecimento me carregava?
Estava eu de novo
naquelas luzes à noite.
Vendia liberdade e ansiava por ela
Estava eu de novo
me mordendo por dentro
para conquistar aquela dama
Lá eu era o Don Juan, o Don Geovanne da ópera,
lá eu era o herói
e ninguém podia comigo.
Estava eu de novo.
Nada que fosse maior do que eu
podia comigo.
Nada podia,
nada era maior do que eu...
Andava como um príncipe
e a dama era minha consorte-rainha
eu e ela andávamos
por qualquer praça sem dar satisfações
Arrastando tudo o que eu podia na sacola.