Reflexão XII



É nesta tensão de contratempos
que sinto a fragilidade do meu ser,
queimando as bases da minha estrutura,
amortecendo a minha bravura
e intensificando os meus medos.
Medo das longas e perigosas estradas,
esburacadas, desertas, silenciosas...
Isso muito me assusta!
O sono se perde,
a fome se retrai,
só o silêncio nos acompanha,
arrancando, de vez em quando,
monossílabos desconexos
que me deixam em alerta
a cada segundo vencido.
Mas, o despertar do amanhecer
alivia tudo em mim,
me traz a paz que necessito
para enfrentar mais outra jornada.
E percebo quão maravilhoso
é poder visualizar a claridade do dia,
a luz do sol que se expande,
o burburinho de carros, pessoas,
animais e todo o espetáculo
que a natureza tem a oferecer.
Tudo isso vou absorvendo
compassadamente.