Filho da Roça

Eu nasci e fui criado na roça
Plantei milho, arroz e feijão,
Já puxei um cabo de enxada
Já fiz muitos calos na mão.

Saía cedinho pra roça
Me alegrava vendo a plantação,
Tirava o alimento da terra
Derramava meu suor no chão.

Daquele tempo tenho boas lembranças
O que restou foi somente a saudade,
Hoje vivo na era eletrônica
Passei a morar na cidade.

Aqui tudo é luxo e vaidade
Basta ter um controle na mão,
Nem preciso descer do meu carro
À distancia eu abro o portão.

Mordomias custa muito dinheiro
Por isso a decepção,
Trabalho pra pagar regalias
No meu bolso não sobra um tostão.

Já pensei em voltar la pra roça
Vou plantar e colher meu feijão,
Lá eu tenho tudo que quero
E não desembolso um tostão.

Posso ter umas vacas leiteiras
Não acho falta do pão,
Eu como mandioca cozida
E na mesa ainda sobra pinhão.

Lá na roça eu ando descalço
Prá ninguém devo satisfação,
Meus pés em contato com a terra
É a saúde do meu coração...
João Luis de Oliveira
Enviado por João Luis de Oliveira em 09/12/2012
Reeditado em 06/08/2019
Código do texto: T4027818
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