A música fala tão mais algo e alto,
que a minha voz, meu grito, 
diante do poder da lembrança na memória
vira coisinha simplória...

Um mito!...

E vejo que nada alcança
porque se cansa e vive cansada
do seu próprio brado,
tão fraco e sem acústica...

Portanto, precisa de música!...

Minha memória é um fardo!
E eu com isso?... 
Tanto que emudeço, mudo de endereço,
enquadro-me e fico quadrado...
Como um terço mal rezado!...


E seu vigário não sabe da missa 1/3...
O que se passa dentro dessa “cachola”
comparada à natural natureza do som,
mais parece uma desafinada vitrola...

O meu lado Cowboy me diz, me dói,
muitas vezes rói, noutras corrói!...

Mas, se escuto a canção Bat Masterson, 
Transporto-me, então, ao velho faroeste:
Nordestino, sertanejo e cabra da peste...

E eu só lhe peço um longo e doce beijo

com o gosto do coalho de um queijo!... 
No mínimo, pãozinho mineiro...
E, os acordes do acordeom de um Sanfoneiro,
contanto, que seja brejeiro! Ah...
Se possível um triângulo e um serelépico pandeiro...

Dominguinhos ou domingueiro!...
Perco a estibeira e danço,
desengonçado e epiléptico...
Aí sim, varo 
a noite  e ainda varro! 
E não me canso do sarro!
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 01/03/2013
Reeditado em 01/03/2013
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