O SILENCIO:

O SILENCIO:

A madrugada espreita a manhã que aguarda o sol,

A lua pálida despede-se dos namorados,

O gato pardo no telhado molhado escorrega e cai sem emitir qualquer som,

O homem solitário de gabardine bege atravessa a rua esquivando-se das poças d’água que a chuva deixou no asfalto,

O guarda do quarteirão termina a ronda de mais uma noite fria,

As meninas do bordel da francesa cerram as cortinas encobrindo a luz interior,

O jornaleiro prepara os jornais, para a distribuição matutina,

Da padaria da esquina vem o cheiro do pão a asar,

O dia amanhece o alarido, começa,

O silencio se perde no burburinho da cidade em pé,

Eu adormeço,

Sonho,

Com uma música ao longe,

O pistom toca em surdina,

A voz suave e melodiosa leva-me aos braços de Morfeu,

No decorrer das horas,

Tudo se transforma,

Uma imagem de mulher surge derrepente,

Em meio ao sono pesado,

Ela não fala,

Não tem expressão,

Mas sei que é Jezebel,

Antes amada,

Jezebel, de tantas loucuras,

Tanto prazer,

Nas madrugadas varadas,

Em sussurradas, palavras de amor eterno,

Juras fingidas, que não deram em nada,

Adeus Jezebel,

Deixa-me no meu silencioso penar,

Sai dos meus sonhos,

Quero apenas o silencio eterno,

A acompanhar minhas,

Saudades.

(Valmirolino).

valmirolino
Enviado por valmirolino em 06/04/2013
Reeditado em 06/04/2013
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