EQUILÍBRIO
Minha alma já foi amarela,
Amarela da cor do âmbar:
Equilíbrio entre o verde e o laranja!
E amarelos foram muitos sonhos,
Sonhos de felicidade,
Embriões de amor!
Minha alma já foi verde,
Verde da cor da palmeira:
Equilíbrio entre o amarelo e o azul!
E verdes foram muitas esperanças,
Esperanças de alegria,
Rações de amor!
Minha alma já foi azul,
Azul da cor do céu:
Equilíbrio entre o violeta e o verde!
E azuis foram muitas manhãs,
Manhãs de luz,
Clarões de amor!
Minha alma vestiu-se de muitas cores,
Aparências dos sentimentos do coração;
Porque eu tenho as cores do que sinto,
E não as cores das coisas que vejo;
Porque a vida é um pássaro multicolorido
De voo curto e destino certo!
O amor é um eterno ideal
Que procura na consciência dos sonhadores
Uma nova maneira de se realizar;
É uma infinita beleza
Que procura no talento dos artistas
Uma nova forma de se expressar!
Hoje, minha alma veste-se de branco,
Branco da cor da neve,
Da Via Láctea... branco da Paz!
Reflexo dos sonhos que me embalaram,
Estrelas idealizadas que me guiaram;
Expressão viva de todos os rumores
E de todos os silêncios dos meus sonhos!
Irmã dos caminhos incertos
E das chuvas que se precipitam de repente,
Minha alma viajou por muitos lugares,
Por muitas terras, céus e mares,
Sob luas sombrias e sóis risonhos;
Pairou sobre vastos campos de lírios,
Nadou em lagos de crateras vulcânicas;
Equilíbrio de cores nas imagens panorâmicas,
Foi também sombra, foi ausência de brilho!
Passaram-se semanas, meses e anos
No fluxo das águas ligeiras do tempo;
Hoje, minha alma flutua leve no vento,
Livre do tormento de pesados desenganos!