Quantas saudades tenho
Da infância lá da roça
O barulho das galinhas
As verduras lá na horta

Acordávamos cedinho
Com meu pai a nos chamar
O cheirinho do café
Ajudava a despertar

Pão lá em casa era relíquia
Coisa boa de provar
A fartura vinha da lenha
Com as broas de fubá


Depois nos espalhavámos
Cada um com sua obrigação
Meu pai dividia as tarefas
E ai de quem dissesse não

O pior era a caixa d'água
Uma tarefa coletiva
Um sozinho não dava conta
E todos juntos faziam fita

A água nunca chegava
E a hora ia passando
D. Hilda esbravejava
E mais difícil ia ficando


O almoço de Domingo
Era sempre mais caprichado
Tinha frango com macarrão
Tinha suco bem gelado

Reuníamos em torno da mesa
Minha mãe fazia oração
Agradecida pela família
Agradecia pelo pão

Mas na vida nada é pra sempre
Desta o tempo é alternância
Sobe no palco a mulher
Sai de cena a criança


O passado ficou pra trás
O presente é renovo e esperança
Das lembranças que trago na vida
Destaco 'Lages e a Infância.'








 
Nária Carvalho
Enviado por Nária Carvalho em 25/05/2014
Reeditado em 18/01/2015
Código do texto: T4819320
Classificação de conteúdo: seguro