O VELHO TROMPETE

Ele e o seu velho trompete
Dias a fio aquele som agudo
Ecoando na pequena saleta
Na frequência muito afinada
De notas que ele apreciava.

Trompetista, adorava o jazz
E gostava daquele cantinho
Aconchegante e harmonioso
Onde muitas vezes treinava
Pra impressionar sua amada.

Em algumas suaves noites
Deixava a sala na penumbra
E só a luz do luar clareando
O belo rosto sorridente dela
Que encantada o escutava.

Ali ele não mais se encontrava
Só os seus livros, seu trompete 
E ecos da música que tocava
Que insistentes ainda vibravam
E flores que ela sempre colocava.

Denise Alves de Paula
28.08.13