TEMPO

TEMPO

Astuto é o tempo que esvai-se e difundi-se e sutilmente se ausenta...

Sobre as frestas do sol, ainda há a ilusão

de ver o além, saber a direção...

Versos empoeirados de flores raras,

fala seca, garganta sem fala,

brados de um riso tímido

Esfolado em lágrimas.

Sopro frio de uma voz cálida

Escondida nas ruas do coração.

Onde escorre o universo, um fogo aceso

Prato feito, botões em flor

Brasas incinerando amor...

Casas, caseados de linho fino

Alma regada de carinho,

Primaveras claras de anos envelhecidos

Esquecidos no forno do tempo

Pão quente na pele sedenta

De uma velha sabedoria santa...

Luz acesa sobre o sabor

Degustado no solo da razão...

Mesa arrumada para um palato farto

Olhos nos olhos, contrato

De um sim, ou de um não...

todo feitio de um romance pronto

Traços entrelaçados num vinho tinto

Doce tal qual o absinto...

Que se faz inesquecível,

Sempre que no badalo do momento...

Misturam-se num beijo.

Poesia Marisa Zenatte

* Direitos Reservados

Mrmaryllady
Enviado por Mrmaryllady em 31/07/2014
Código do texto: T4904602
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