ÁRIA SOLENE DE PRIMAVERA

Mosaico de cores

Em silêncio a chuva calada

Escorre pela vidraça sem tinta

Final de grande chuvarada

Com olhos risonhos o menino acompanha

Inspirando perfume de mato reverente

Apaixonamento tão sóbrio que não se contenta

Nostalgia esvanece na atmosfera presente

No colo da natureza dormiu o raio

Sussurra nas nuvens ainda o trovão

Leve na relva descansa o corpo

Alma de brisa na erva do chão

Antes de barro alegre de céu

Brinca de barco o sapato imundo

Abre a porta de azul felicidade

Na água da poça espelha o mundo

Sob o fundo sereno de incomum tranquilidade

Tardinha na praça os garotos festejam

Não sabendo por que já sentem saudade

No tempo solene que as horas cortejam

Pleno de ser que não é recordação

Cantando cantigas em rodas de dança

Ingênuo caminho na luz que se esvai

A cada tempestade me refaço criança...

Ricardo Toledo
Enviado por Ricardo Toledo em 30/09/2014
Código do texto: T4982598
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