OLHAR BAIXO
Meus olhos,
nem sempre olhavam para o chão.
Eles comiam sua boca e seu corpo sodomizado.
Hoje, evitam mirar o pequeno retrato,
de cabeça para baixo no balcão.
O quarto fechado,
exala, ainda, o doce cheiro,
nos lençóis bagunçados.
No lixo, não acho mais sequer,
um dos seus vários vestidos rasgados.
Jaz, quase sem vida,
em minhas costas,
um rasgo vermelho,
produzido pelas unhas em seus dedos