SALVAÇÃO
 
 
Enchia-me os olhos aquela planta tão linda!
Folhagens verdes, flores num rosa suave,
Os frutos avermelhados, polpudos,
Pois... ainda na sua formação.
Quando ali eu retornava, ao seu “habitat” natural,
Presenteava-me com um novo visual
Não menos bonito.
As demais flores já davam lugar aos demais frutos,
Formando lindos cachos,
Fazendo a minha vida mais bela ainda!
 
Ah! Eu era amada e na mesma proporção amava.
Amado-amante e Amante-amada!
Nós nos completávamos ao olhá-la.
 
Murcharam, da minha linda planta, as flores.
Secaram os seus frutos, caíram as sementes
E novas vidas surgiram!
 
Comigo, porém, não foi assim.
Meu amado abandonou-me!
Morreram meus planos, secaram minhas lágrimas,
Caíram, por terra, todos os meus sonhos.
 
Estava quase a sucumbir-me,
Quando o teu chamado ouvi, ao dizer-me:
- Abraça-me, abraça-me forte!
Repassar-te-ei a minha energia
E verás o mundo sob outro prisma.
Agarrei-me, e abracei-me  a ti.
Através das lágrimas e dos soluços
Esvaziava, da angústia que me aturdia, toda a minha alma
Preenchendo-a com a tua força, teu calor, tua energia.
 
ABRACEI, ABRAÇO E ABRAÇAR-TE-EI SEMPRE!
DEVOLVESTE-ME A ALEGRIA DE VIVER,
MEU LINDO URUCUZEIRO!
 
(...do livro “Não Mais”)