POETA LÊDO IVO

Quando o poeta morreu, ficou a falta da resposta:
- O que poderia se decifrar daquele rosto tão sério
Que ao aparecer um raro sorriso, abria-se em sol ?
Só explicável pela genialidade de alguém tão especial.
Aqueles olhos que atravessavam as coisas mais além
E voltavam tristes saudosos, como se nada conseguira.
Fosse uma passagem, uma lembrança ou um sentido,
Isso é pouco provável que se possa replicar ou insurgir
Mas em torno de seus versos existe sim, uma infinidade
De murmúrios empáticos, onde nada conseguiu ocultar
Ah, poeta! Nessa solidão que confidencias na tua poesia
Essa comunhão com a linguagem mágica do teu sentir
Desperta o “universal do humano” que percebias existir
Encantas, a quem se afina à sensibilidade do teu sentir
Que até nos liames limitados de toda linguagem escrita
Tua proeza poética, consegue amiúde, a beleza traduzir.
 
Tânia de Oliveira
Enviado por Tânia de Oliveira em 31/07/2016
Reeditado em 31/07/2016
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