VAQUEIRO

Lúcio astrê

Vestido em gibão de couro e perneiras,

Calçado em botas e luvas de couro,

O seu cavalo, com um vasto peitoril,

A correr pelas caatingas ensolaradas.

Assim, se paramenta o valente vaqueiro,

Dessas paisagens ensolaradas,

A perseguir o boi arisco e corredor,

Que corcoveia ligeiro para se livrar do laço.

Que foge por entre árvores retorcidas,

De espinhos traiçoeiros e infernais,

Que corre por entre incós, palmatórias,

Xique-xiques, favelas, mandacarus e braúnas.

E corre ligeiro o boi valente...

Atrás dele o vaqueiro e seu cavalo,

Cortando o mato, cortando o vento,

Numa peleja sem igual...

De repente... Não mais que de repente,

Ouve-se o baque surdo de uma queda.

Quem será? Quem caiu? E eis que aparece,

Numa picada, num vão da mata;

O valente vaqueiro... Trazendo amarrado

O boi laçado... Vitória!!! Vitória!!!

Mostrando o seu troféu.

É assim a vida da minha caatinga,

Todos os dias se tem de derrubar um boi;

Para sobreviver... Para continuar...

Mas... Ô vida de gado... Ô vida boa.

Não troco por nada meu sertão querido...

Lúcio Astrê
Enviado por Lúcio Astrê em 20/08/2007
Código do texto: T616372
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