VAQUEIRO
Lúcio astrê
Vestido em gibão de couro e perneiras,
Calçado em botas e luvas de couro,
O seu cavalo, com um vasto peitoril,
A correr pelas caatingas ensolaradas.
Assim, se paramenta o valente vaqueiro,
Dessas paisagens ensolaradas,
A perseguir o boi arisco e corredor,
Que corcoveia ligeiro para se livrar do laço.
Que foge por entre árvores retorcidas,
De espinhos traiçoeiros e infernais,
Que corre por entre incós, palmatórias,
Xique-xiques, favelas, mandacarus e braúnas.
E corre ligeiro o boi valente...
Atrás dele o vaqueiro e seu cavalo,
Cortando o mato, cortando o vento,
Numa peleja sem igual...
De repente... Não mais que de repente,
Ouve-se o baque surdo de uma queda.
Quem será? Quem caiu? E eis que aparece,
Numa picada, num vão da mata;
O valente vaqueiro... Trazendo amarrado
O boi laçado... Vitória!!! Vitória!!!
Mostrando o seu troféu.
É assim a vida da minha caatinga,
Todos os dias se tem de derrubar um boi;
Para sobreviver... Para continuar...
Mas... Ô vida de gado... Ô vida boa.
Não troco por nada meu sertão querido...