O Bairro do Mourel.
Andava eu a cavalo da Burra Russa,
Que me levava pelas ruas do Mourel!
Assim eu escapava de apanhar algumas "coças"!
No tempo que o meu Pai usava calças de Burel,
 
Pancadas de amor Paterno, 
Foram carinhos de muita virtude,
Com elas recebi a sempiterna sabedoria!.
Oh!... quanta saudade nessa atitude,
Ao lembrar essa época de alegoria!  
 
Levados de mão em mão!...
Da "G3" p'ra "FN" sempre enfeitadas,
Temores, quais resquícios sempre vivos!...
Da lembrança dessa flor tão desarmada,
Que nos deu a liberdade como "escribas"! 
 
Tudo nasce, tudo morre na natureza! 
Até os sonhos do incrédulo libertado. 
A quem, sem ver, ela abre os olhos!,
E, de espanto, vê o chão amortalhado, 
Das pisadas dos seus filhos nos escolhos!
 
A ralé corre em turbas barulhentas!
Pois a luta continua em campo oculto,
E não é a dos homens!... mas das Almas.
Que em surdina, se apoderam do seu culto,
E das Metrópoles em águas calmas!.
 
Não navego porque o barco já me cansa!
E não sonho, pois o espírito já há muito me perdeu.
- Varo a noite em busca da quimera e da lembrança.
Eu me calo e no silêncio então eu grito!
Mas tudo não passou de um "prometeu"!
 
Ela me prometeu, prometeu, e prometeu... 
Uma infinita liberdade que sempre eu quiz. 
E sem saber o que ela não me deu,
Eu  Já era livre, quando então ele morreu! - o meu País!
 
( IN: POESIAS SOLTAS - Abril, 2007)
 
Silvino Dos Santos Potêncio - O "home" de Caravelas-Mirandela de Trás-Os-Montes!
Retornado de Angola por acção do governo Português,
- Emigrante por força do carimbo do IARN n° 061147/RA de 12 de Dezembro de 1975.
Emigrante Transmontano em Natal/Brasil. 
(*) Mourel é o bairro mais antigo lá da santa terrinha!


 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 17/05/2018
Reeditado em 13/10/2019
Código do texto: T6338537
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