CEP - (Centro Esportivo Público)

Me lembro do desnivel existente entre a quadra e o campo...uma guia e uma sarjeta.

Recordo que as dimensões eram bem maiores que hoje, uns tantos anos mais velho.

A arquibancada era cheia de senhoras, crianças, velhos (reclamões ou não).

Era uns pedindo para parar, outros pra poder jogar.

Todos queriam estar próximos, ou pelo menos pronunciar essa palavra.

Era uma Copa do Mundo por partida...Não!!!

Seria ingênuo puxar a sardinha para meu esporte favorito.

Era uma Olimpíada por final de semana,

Num Centro Olímpico perpétuo.

Tinha ciclismo, corrida (atrás de pipa, de balão), taco, três-dentro três-fora, linha, voley, pega ladrão, esconde-esconde, barra manteiga, passou lixou, truco, luta livre, karate, judô.

Era tudo muito disputado, até o espaço no "Estreito da Behring" que a gente utilizava pra beijar as menininhas sem que ninguém nos visse.

E não era só criançada ou juventude que participava de nossos jogos.

A Senilidade jogava conversa fora, água na molecada, jogar praga também... Eram infinitas modalidades.

Teve um dia na Kauer que no meio do jogo empatado caiu o mundo em água, luz e som.

Para uns virou pólo, outros natação.

Teve quem quisesse interromper a partida.

Mas não estava lá o juiz para determinar.

Nosso apito era o grito.

E tudo podia ser resolvido facilmente, fosse no "Parou" ou na "Porrada".

O importante era ser feliz.

Ingenuidade de crianças à parte...

A rua já não forma mais homens de bem.

Falta esporte e falta famílias nas ruas...