O tempo das "segadas"!
Mondadeiras do Meu Milho!...
- ai, mondem o meu milho bem!
Tirem as ervas daninhas...
- que a Merenda já lá vem!!!
De manhã tem "mata bicho"
E o almoço é bem mais cedo...
Foi a Minha Mãe que "mo dicho"
Quando fomos Merendar em Macedo!
Na panela tinha batatas com Bacalhau...
E no avental uma côdea de Pão Centeio,
Um naco de queijo d'obelha...
Às "bezes" um chouriço assado no meio!
Uma garrafão de "binho tinto"
E uma caneca de "um quartilho"
Pra beber da "cabaça" depois da "sesta"
Enquanto se dava de mamar a um Filho!
Deitada na rama da Giesta.
Tempo de "segadas" monte acima,
Pra depois se fazerem as "malhadas"
Uma "pousada" subia por cima,
Do calor da "malhadeira"...
E outras muitas empilhadas na Eira.
"Gabelas de palha de trigo"
Cobertas com cobertor de lona,
Quando a trovoada andava na zona!
E Diziam os mais antigos...
Haja chuva e vento "Suão"
Que as geiras da "segada" ele o darão!
Para termos no Inverno o Pão do Verão!
(in: "POESIAS SOLTAS")
De: Silvino Dos Santos Potêncio
Emigrante Transmontano em Natal/Brasil