A Praça...

A praça.

Ah aquela praça

Naquela pequena cidade...

Onde a roda gigante girava o mundo

E por segundos esquecia que o tempo

É pai do futuro.

Naquela gangorra os pássaros se faziam amigos...

E lindos e lindos e lindos

Os sonhos de criança

Na pacata praça.

Os perfumes dali não exalam em outra praça

Em outro lugar, em outro planeta

Cheiro de mim, jasmim,

Cheiro de primavera,

Como era bela

A singeleza dos olhares atônitos.

Tudo era motivo para parar

Como se não fosse nada

Presságio de um bom sinal.

Meu amigo, meu filho,

A graça da liberdade

Inserida no contexto da praça,

Nas corridas, brincadeiras,

Pique esconde

Não se encontra mais

Nem nos becos,

Nem nos bosques,

Nem nos sonhos...

A graça que enaltece a glória

De ter vivido naquela estação

Vive no coração,

Vive na alma

Dos que ali passaram.

Igreja católica,

Mina d’água,

Namoros fogosos,

Amores proibidos,

Sexo escondido

Nas madrugadas, sobre as gramas,

Entre as flores que hoje revelam

A pureza de nossos dias...

Fotos coloridas,

Sorrisos que iluminam

O quadro da lembrança

Do que éramos nós.

Na pacata praça

Na praça do mundo.

Na mina do fundo

Do nosso coração.

Willian Figueiredo
Enviado por Willian Figueiredo em 06/09/2007
Código do texto: T641085
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