O que me ocorre

E o tempo esqueceu,

E a cardina baqueou,

E nós regressámos à época

Onde quisemos estar!

A vida zombou

E os amigos partiram,

Exigimos ser assim

Diante do mesmo cunho,

Quando um dia nós próprios

Tivemos e quisemos

Também ser o tempo que conquistou,

Os rios e as montanhas

Da bondade à chama.

E foi ao colorido da música

Que o alento florou,

E erigiu,

Os sons da eternidade…

Quis assim o tempo olhar

E não se notar

Que a saudade, e a união,

Fossem um caminho de partida.

Não me quero abandonar

A ninguém nem a mim;

Rogo ser o grito da minha fé

Fendendo em busca das conquistas

E rodopiar em seio das flores que concebi

Esmolando a magnificência

E os gumes da felicidade.

Não comporto esquecer

Que a tentação

Me moldou à contrição

Da perca

Dos amigos que ficaram

Às noites que foram...

E foi tudo tão vago,

Tudo tão estranho!

Vejo escassos caminhos,

Sabores diferentes,

Vejo becos,

E não saberei escapar

Se não sentir a vida jorrar

Pelo amor que sinto a ela…

É hoje que assim me pressagio

Numa tamanha vontade em abandonar

E abraçar o meu mundo,

Ajoelhar-me perante o ser feliz

Pedir ao fecundo

A sorte que há tanto me abandonou!

Já que a porfia é imutável

E o sangue já se esgotou,

Gostaria de voltar a sorrir,

Desejar,

Verter lágrimas

E fazer de cada,

Um propósito na vida.

Mas os vazios não mais fenecem,

E as estradas cada vez mais estreitas

Fantasiam entroncadas

O tempo que passa

Marcando-me o corpo

Embranquecendo-o

Apontando-o ao fim.

E eu já não sei se o medo à vida

Despreza o receio à morte!

Porquanto a ferida é profunda,

E o golpes,

Males que sinto entre mim

São laços de trilho sem pedra

Nos meus gritos de coragem…

Diviso atento,

Dedos apontados à escolha do nada;

Em ser desprezo,

Alento…

E o adeus é a palavra que me ocorre…

Teófilo Velho
Enviado por Teófilo Velho em 07/09/2007
Código do texto: T642477
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