REVISITANDO

Encontrar-te depois de tantos anos

É uma emoção estranha, nova, indefinida.

Como se o tempo tivesse aplacado os ânimos

Já não arde a chama que antes ardia

Não me consome a paixão que antes consumia

Claro que o ar congelou nos pulmões

Quando confirmei que era você mesmo

Mas foi um lapso, um segundo de consternação.

Em que relembrei toda a nossa história

Minto... A minha história!

Um conto de amor platônico unilateral

Gerado pela minha imaturidade sentimental

Quantas coisas com você e por você eu aprendi!

Desatino de paixão que nunca mais senti

Mas, te revisitando...

Foi como abrir o álbum de fotografias

Vi-me de novo ingênua, jovem e tão segura de mim.

Tão disposta a cometer loucuras de amor

Era tão intenso e devastador o que eu sentia

E você era o epicentro, meu chefe, meu senhor...

Difícil até de acreditar que acabou assim

Lembrei do início, o antagonismo que sentia por você.

Mistura de antipatia e atração

Química volátil essa do tesão!

Meu Deus! Você foi um pecado mortal

Apaixonar-me foi o ápice da insensatez

Foi um “marco”, uma paixão total.

Sabe que nunca mais me permiti essa loucura?!

Lição aprendida a duras penas

Mas que valeu, ah... Valeu toda a pena!

E como penei e padeci de saudade

Cada nova desilusão te trazia de volta

Queria te procurar e lutava contra essa vontade

Refazia-me e procurava outra porta

E quantas mais se abriram, amei outros homens.

A experiência foi chegando com a idade

Já não te lembrava mais com a mesma intensidade

Colecionei aventuras, adquiri um “que” de maldade.

E ainda não sei se aprendi a amar

Mas sei que aprendi a me amar

Outros amores vieram e foram vivenciados

Com tamanha intensidade e alegria

Que não me permiti guardar rancores

Cada um deles ficou bem marcado

Sempre têm espinhos nas mais belas flores

Mas o amor sempre tem aroma de magia

E finalmente, te revisitando...

Pude notar como finalmente amadureci

Você é uma linda recordação

A foto emoldurada da minha coleção

Não vou dizer enfunada que já te esqueci

Não... E nem quero mesmo esquecer

Me faz bem lembrar como doeu crescer

Traz-me um sorriso lembrar esse passado

Loucuras da juventude, amor desajuizado.

Mas tão lindo! Tão intenso e profundo

Que seria profanação tentar deserdá-lo

Que bom saber que pude senti-lo

Que bom saber que não vou resgatá-lo

Faz parte da estória... Meu passado

E eu vivo o presente... Muito bem conquistado!

JUNO
Enviado por JUNO em 18/10/2007
Reeditado em 18/10/2007
Código do texto: T699136