BOEMIA

Hoje amanheci em pleno estado de nostalgia,

Lembrando de um passado bom, que alegria,

A minha cidade sol, de um calor sem igual;

Mas de noites onde a brisa é fresca e natural.

De dia, um sol inclemente, quarenta graus.

De noite, um frescor que convida à boemia,

Aos bares, à meia luz, difusos, o culto a Eros;

Para ver um amanhecer vermelho que extasia.

Por isso que aprendi a apreciar tanto à noite,

Sair ao encontro das musas e das serenatas;

Reino encantado, reis, rainhas, toda a corte,

Encontro de saraus que varavam madrugadas.

Poetas declamavam seus versos encantadores,

Violões, num tom melodioso acompanhavam;

A um poeta apaixonado cantando seus amores;

Garçom: Uma cerveja!!! Boêmios reclamavam.

E foi ai que me fiz boêmio e aprendiz de poeta,

Vida na noite, nos becos, nos bares, nos bordeis,

Ouvindo atento ao canto mavioso dos menestréis,

E sorvendo a vida em goles, fazendo dela festa.

Ah, tempos bons àqueles que não voltarão jamais,

Nunca mais as serenatas, nem poesias declamadas,

O tempo passa a vida muda, tudo ficou para trás,

Restando somente lembranças daquelas madrugadas.

Aquela era a minha Jequié, cidade do sol querida,

Wilson Novaes, Dab Astrê, Eusinio Soares, Satú,

Dr. Washigton Navarro, Bordel de Maria Helena,

Cotrim, Gilsão, e muitos outros que estão no céu.

Ah boemia querida, quantas saudades de ti tenho,

E nestas recordações pujantes, nestas linhas venho,

Fazer-te uma reverência solene neste breve instante;

Curvando-me respeitoso ao meu passado distante.

Lúcio Astrê
Enviado por Lúcio Astrê em 23/10/2007
Reeditado em 24/10/2007
Código do texto: T706961
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