Poema etílico

Vinho e música transportam-me ao passado

Quando a juventude me enchia de vitalidade

As horas ruins passavam longe e ao largo

Ao ritmo de rock e pop na minha jovem idade

Não se fazia mal a ninguém nessa euforia

Não era preciso usar qualquer outro aditivo

A desinibição e a energia eram pura alegria

Afinal, dançar e cantar não merece castigo

Police, Smiths e The Cure tocando noite a fio

Sem violência , indecência ou ilegalidade

Era somente suor e decibéis causando desvario

Quem não admite mente ou não teve mocidade

Um toque de rebeldia nunca fez mal a ninguém

Regado a caipivodcas ou cubas-libres de leve

O corpo se soltava e a timidez voava pro além

Levada por um torpor avassalador e breve

A sábia Rita Lee já dizia que era má companhia

Pra quem não tivesse na década de oitenta

Esse tempo traz lembranças e nostalgia

Para quem foi feliz de montão e ainda tenta.