Artista (26/11/06)

O artista gravou em mim uma maneira alternativa de olhar o mundo.

Ele articula - voz, gestos, passos, sorrisos - para me convencer que não devo esquecê-lo. (Conseguiu)

E faz isso sem que nem mesmo ele perceba. (Penso eu)

O artista me tocava... Como se eu fosse de gesso

Frágil, delicado... Indefeso

E de fato sou, mas como pode ele saber?

O artista me tocava... Como se eu fosse argila

Maleável... Flexível

Pronta para me moldar segundo seu interesse...

Isso ele não conseguiu, apesar de tentar (risos)

Esse artista fala...

Há quem diga que são loucuras, ou qualquer outra coisa a que não se deva dar ouvidos,

Mas eu guardei cada palavra,

Em algum lugar em mim.

E à noite, elas voltam a cantar em minha mente,

Como se o artista ainda estivesse aqui.

Talvez eu esteja ficando louca.

Mas querem saber? Pouco me importa...

Sei que os artistas são incompreendidos.

Como ele leva a vida ou o que pensa dela,

Isso é problema dele!

O fato é: Não vejo mais a vida da mesma forma.

Ele fez de mim um quadro, talvez uma escultura...

GRAVANDO EM MIM SUA SENSIBILIDADE

E também seu olhar (fixo, determinado a me decifrar) dentro do meu olhar.

Tentei gravar nele a minha gratidão.

Mas acho que ele não percebeu.

Que ele tenha levado consigo toda minha admiração...

e "aquele" meu sorriso, abobalhado, tantas vezes relatado. :)