Sob o nevoeiro

Da janela não vejo no horizonte o sol.

Bailam nuvens desgarradas e escuras.

Sem ver faces de crianças no arrebol,

esvaem-se as esperanças nas longuras.

Meus olhos catam nuvens sorridentes,

presentes nos céus da minha infância.

Mas uma neblina vem pelas correntes,

dos ventos uivantes por toda estância.

Lentamente ela espalha-se sobre o dia,

diante do opaco, ofusco as lembranças,

que me assediam na estranha euforia,

cheiro café, sinto do gelo duras lanças.

A cidade cinza sob um nevoeiro denso,

apenas vê da igrejinha, o campanário.

Ouço sinos, sinto um cheiro de incenso,

o que me acalma no plúmbeo cenário.

Toninho

07/03/2023

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 08/03/2023
Código do texto: T7735838
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