Por ti morri... Por mim vivi

Novamente sem querer

Recordações da minha morte

Trazem demasiadas tristezas

À minha memória

Antes...

Ainda menina

Cheia de vida

Coração sensível, gracioso

Depois de ti...

Morta!

Coração gélido, depreciado

Ah! Como doeu!

Bem devagar

Que crueldade!

Aos poucos

Sentias prazer

Ao me veres morrer

Ouvindo-me

As súplicas!

Foram tantas!

De nada valeram

Cruel você

Assassinaras meu viver

E sem se doer

Com todo meu sofrer

Naquele momento...

O que fazer?

Lutei contra a dor

Forças não mais havia

Sozinha!

Sem mais tolerar

Deixei me morrer

Já não dentro de mim

Coloquei-me diante de mim

Tão pálida!

Sem batimentos ou respiração

Meu Deus!

O que ali eu fazia?

Indigente!

Sem lembranças deixar

Saudade?

Quem de mim sentirá!

Em vida... Solitária

Sonhos... Frustrados

Desejos... Abafados

Paixão... Depreciada

Amor... Vedado

Amar... Nem à própria vida

Morta!

E diante de mim

Lágrimas?

Não as pedi

As derramadas?

De mim mesma pra mim

Ali por muito permaneci

Os que me “amavam”...

Nem souberam

Ou quiseram fingir

No abismo lançada fui

Sombrio... Frio!

Logo senti

A terra de leve a tocar-me

Até que ouvi de mim

Um grito sem fim

Suplicando por viver

Então reagi

Antes da terra me cobri

Arranquei-me dali

Desesperada, chorei

Minha vida, a mim devolvi

Bem aos poucos novamente...

Vida em mim

Começa existir

Tempos depois

Recupero-me

Solitária... Busco não mais ser

Sonhos... Realizarei

Vida... Anseio viver

Paixão... Que me incendeie

Amor... Encontrarei

Amar... Quem merecer

Risos?

Já os consigo ter

Felicidade?

Em alguns poucos momentos de prazer