RECORDAÇÕES

Conheci tantas pessoas,

tão puras e verdadeiras.

Almas singelas e boas

como as mais belas roseiras.

Lembro do ilustre Zé Maia,

exímio clarinetista,

mas como a morte num “faia”,

perdemos o nosso artista!

Dona Tiana de Chiquinha,

nossa amada quitandeira,

mestra do forno, rainha,

mulher de fibra, guerreira!

Seu Tunico Moisés,

que Deus lhe dê bom lugar.

Sandálias simples nos pés,

deixa a humildade falar!

Um outro homem do bem,

o bom Luiz de Iaiá.

Vou descrevê-lo também,

todo mundo lembrará!

E o Zinho de João Teodoro

com o seu irmão Durval?

Exemplos que rememoro

com saudades sem igual.

O Zinho, de vez em quando,

me emprestava uma graninha,

que eu detonava, tomando

uma boa cervejinha!

Durval, lá na sua Venda,

era um homem bem sério.

No aceitava contenda,

tinha de ser com critério!

E aquela que recebeu,

talvez mais de mil e seis,

quando a cegonha desceu,

nossa Parteira Dos Reis?

Não tem como esquecê-la,

essa negra tão graúda.

Ela foi uma estrela,

a Benzedeira Miúda!

Geralda, Loro, Raimundinho,

Dito, Beja, Zeca e Lia

passaram pelo caminho

que aos Fonseca pertencia.

Lembro Mário Macurungo

e também Dona Santinha.

E seu Mário era malungo.

Pai de Dunga, Maura, Dinha…

Construiu família honrada

com Sinhá, uma heroína,

o fiel Chico Picada,

pai de Expedito, Totina…

Não me esqueço do oleiro,

casado com Mariinha.

Trabalhava o dia inteiro,

seu Antônio Palmeirinha.

Ficava todo faceiro,

quando tomava pinguinha!

Como são muito diversos,

deixo as palavras nos ares.

Cantarei em outros versos

a família dos Soares.

Juca Vieira

Imperatriz MA

29/06/2023

Juca Vieira
Enviado por Juca Vieira em 14/07/2023
Reeditado em 14/07/2023
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