Só o que fica
Como é difícil abrir as mãos e ver cair tantas coisas...
Como é difícil ver que pouco a pouco vou ficando
ausente.
É tudo tão vazio e frio agora...
Vejo voltar a mim as reticências e as interrogações.
E quando olho pra dentro,
não há mais nada.
Não há risos...
Não há sonhos...
Não há nada...
Só um imenso e triste e indescritível vazio.
Tantas coisas têm passado por mim
na minha teimosia em exitar...
Parada, às vezes, vejo as pessoas me (e se)
interrogando sobre diversas coisas.
Parada, vejo que não existe resposta.
Ser feliz é simplesmente fazer feliz.
É olhar pra si e não se ver... e ver além.
É não acreditar que é real.
É sentir (mais que ter certeza)
que tudo pode acabar bem...
E o avesso é não ver mais nada.
É não ter nem sim nem não.
E estagnada, bato a porta de um quarto que não é meu.
Não está nada fácil, se quer saber...
Repito-me nas frases que, às vezes, amargam
minha alma e paladar.
E minha vontade... já nem quero mais dizer,
mas é a de sumir e calar esse vazio.
Tenho medo de que isso não passe...
E eu sei que o medo alimenta esse vazio,
mas não posso evitar.
Eu sinto muito...
Sinto muito se só lamento.
Se só restaram lamentos...